Cosplay
Cosplay (em japonês: コスプレ, Kosupure?) é abreviação de costume play ou ainda costume roleplay (ambos do inglês) que podem traduzir-se por "representação de personagem a caráter", e tem sido utilizado no original, como neologismo, conquanto ainda não convalidado no léxico português[1], embora já conste doutras bases[2], para referir-se a atividade lúdica praticada principalmente (porém não exclusivamente) por jovens e que consiste em disfarçar-se ou fantasiar-se de algum personagem real ou ficcional, concreto ou abstrato, como, por exemplo, animes, mangás, comics, videojogos ou ainda de grupos musicais — acompanhado da tentativa de interpretá-los na medida do possível. Os participantes (ou jogadores) dessa atividade chamam-se, por isso, cosplayers.
História
Originalmente conhecido como masquerade, o cosplay NÃO foi criado no Japão. O primeiro cosplay conhecido foi criado por Forrest J. Ackerman em 1939 durante a primeira Worldcon, na companhia de Myrtle R. Douglas. Ele criou a veste chamada "futurecostume", enquanto ela criou uma versão do vestido do filme de 1936 "Things to Come". Desde então, tornou-se uma prática anual nas Worldcon, com concursos e atrações próprias, e mais tarde estendendo-se aos fãs de fantasia e quadrinhos. Os primeiros cosplays de mangá/anime registrados são posteriores aos anos 70, nos EUA. O fenômeno do cosplay chegou ao Japão na década de 80 pro meio de Nobuyuki Takahashi, que ficou surpreso com o costume ao visitar um Wordcon, que começou a incentivar a pratica no Japão pelas revistas de Ficção Científica. Tornou-se comum no Japão durante as Comic Markets do Japão (criadas em 1975), que se celebram em Odaiba (Tóquio), lugares de compra e venda de Dōjinshi. Esse evento prosseguiu desde então e se realiza regularmente. Lá, grupos de japoneses vestiam-se de seus personagens favoritos de mangás, animes, comicsvideojogos. Assim pois, tal prática sempre tem sido muito relacionada com aqueles produtos. Contudo, com o passar do tempo, foi-se estendendo a outros domínios, em conceitos e culturas[3], ganhando foro internacional. Com a popularização do anime nos anos 90, o cosplay japones tornou-se popular no mundo todo, tratando-se de caracterizações de personagens existentes, enquanto que os primeiros cosplays (estadunidenses) estendiam-se principalmente à criação de personagens, não somente se prendendo aos pré existentes. e
Caracterização
Cosplay originariamente ligava-se a personagens de quadrinhos. Com o passar do tempo, contudo, foi-se tornando uma tradição e um hábito que se espalhou por todos os tipos de convenções, a envolver séries ou personagens, principalmente as de Jornada nas estrelas (Star Trek) e Guerra nas estrelas (Star Wars), no qual as pessoas fantasiadas tornaram-se atração principal, em concursos de fantasia e interpretações de cenas dos filmes ou episódios, o que permitia revelar talentos de nivel profissional. Rapidamente se espalhou pelo mundo todo, chegando na Comiket, famosa convenção realizada há anos no Japão, onde o termo se popularizou e se espalhou especialmente em eventos e encontros de anime, mangá e videojogos, respectivamente as animações e quadrinhos japoneses.
A palavra cosplay, como já foi dito, é uma espécie de abreviação para "costume play" (costume = roupa / traje / fantasia e play = atuar). Ou seja, o cosplayer se caracteriza como um personagem de algum livro, mangá, jogo ou filme que queira homenagear; representa a personalidade deste; e em alguns eventos pode até mesmo competir com outros cosplayers em concursos, embora o grande barato e diversão sejam a exposição e o contato social gerado dentro do ambiente. Um dos principais objetivos desse passatempo é fazer amigos.
Caracteriza-se o cosplay pelo acrônimo inglês DIY (Do it yourself - faça você mesmo): o pretendente a cosplayercosplays inteiramente em "Cosplay Stores" (lojas especializadas em confecção de cosplays), prepara os materiais de referência, monta a apresentação (caso haja), enfim, trabalha a interpretação, o figurino e às vezes até o cenário. providencia os materiais para a confecção (alguns mandam determinadas peças a artesãos ou costureiras, ou fazem seus
É uma atividade da qual podem participar e divertir-se crianças, adolescentes e adultos de todas as idades, sexo e condição social. Alguns cosplayers chegam a gastar entre R$ 100,00 (36 €) e R$ 1.000,00 (360 €), às vezes mais, em roupas e acessórios, e levam a coisa a sério. Um passatempo como outro qualquer, porém com a singularidade de permitir o participante tornar-se seu personagem favorito por um dia. Nas gerações Star Wars, equivaleria a se vestir como um Jedi ou um cowboy de Faroeste. Nisso reside o embrião da vertente teatral do cosplay: papéis são efetivamente representados, com significativa monta de carga artística.
Atualmente o mercado de cosplayers tem atraído empresas de todo mundo. Muitas delas estão criando lentes de contato e outros elementos para serem usados, tornando o personagem mais próximo do real. Os preços ainda estão altos, mas a tendência é que torne-se popular.
No início, os únicos cosplays eram de personagem de Star Wars (como os Stormtroopers); mas logo os animes e mangás foram tomando conta do público. Hoje, no Brasil, já se vêem cosplays de qualquer mídia, entre elas comics, filmes, livros e até personagens de Internet.
Cosplay no Brasil
Em convenções de jornada nas estrelas e RPG no final da decada de 1980 já se encontravam fãs fantasiados de seus personagens favoritos. Todavia, tal caracterização não era ainda conhecida como cosplay, pois o termo, na época, ainda começava a se difundir no Japão. Demais, o ato de se fantasiar não era visto como um passatempo por seus praticantes, manifestando-se nas convenções apenas como um elemento de expressão dos fãs. No final da década de 1990, com a popularidade do anime Cavaleiros do Zodíaco, surgiram as primeiras convenções de anime e mangáHarry Potter ou Piratas do Caribe. no país, fazendo assim essa atividade ressurgir, então com nome e características próprias, e os concursos. No início, as caracterizações eram quase em sua totalidade de personagens de animação, quadrinhos ou jogos japoneses, mas ao longo dos anos outras mídias foram incorporadas pelos fãs, como quadrinhos americanos, filmes ou livros, como por exemplo,
Os sites "Arquivo Cosplay Brasil" e "Cosplay Party Br" foram alguns dos pioneiros a tratar do assunto no Brasil. Em 2002Cosplay Brasil, que reúne a maior comunidade brasileira de praticantes e simpatizantes do cosplay. ambos se uniram, formando o
Anime Friends, organizado pela Yamato Comunicações e Eventos, é o maior concurso de cosplay do Brasil. Em 2007, mais de 1.200 concorrentes inscreveram-se em seis categorias. Anime Dreams, o segundo maior, com mais de 800 inscritos num só evento em 2007.
A Yamato Comunicações e Eventos organiza também o maior concurso de cosplay individual do Brasil, o YCC - Yamato Cosplay Cup. Ele é único que agrega competidores de todas as regiões do país. São 26 competidores selecionados que disputam a competição nacional em julho, destes os três primeiros colocados participam de uma etapa uma internacional em janeiro, que logo em sua primeira edição em 2008 teve seletivas no México, Chile, Argentina e Paraguai. Nestas seletivas em outros países participaram mais de 200 cosplayers interessados em competir na final realizada no Brasil. Nas seletivas nacionais, realizadas em aproximadamente 20 eventos, foram mais de dois mil competidores. A campeã da edição brasileira de 2007 foi Andressa Miyazaki, seguida por Simone Setti e Thaís Jussim.[4][5]
A Yamato organiza ainda o Circuito Cosplay, a mais tradicional competição de cosplay do país, que está atualmente em sua quinta edição. Em 2005, a vencedora foi Petra Leão; em 2006, Thaís Jussim; em 2007, Andressa Miyazaki; em 2008, Lucyana Reimão; e em 2009, Kátia Costa.
A Editora JBC organiza o WCS Brasil que reúne 15 duplas de todo o país para competir para saber qual a melhor do país que vai representar-nos na final mundial que é realizada no Japão. Uma vaga é da dupla vencedora do ano anterior, treze são distribuídas por eventos parceiros e uma sai em uma repescagem. Em 2007, o evento teve média de 4 a 5 duplas inscritas por seletiva. Em 2006, os irmãos Mauricio Somenzari e Mônica Somenzari venceram tanto a etapa brasileira, quanto a japonesa da competição. Em 2007, Marcelo Fernandes e Thaís Jussim venceram no Brasil. Em 2008, Gabriel Niemietz e Jéssica Campos foram campeões na etapa brasileira e venceram também a etapa mundial. Em 2009, a dupla Geraldo Cecílio e Renan Aguiar venceu a etapa brasileira.
Cosplay em Portugal
A primeira vez que se ouviu o termo cosplay em Portugal foi em 1997, quando alguns fãs da cultura japonesaanime, mangá e videogames e como os seus ídolos de j-music. Enquanto isso, o cosplay dava já largos passos pelo mundo fora arrastando consigo uma legião de fãs na América, Ásia e Europa. Desde 1997 até o presente, muita coisa mudou. decidiram caracterizar-se como suas personagens preferidas de
Os eventos de cosplay aumentaram. Já se realizam de norte a sul do país, enquanto, em 1997, apenas se realizava em Lisboa e apenas uma vez por ano. É visto por muitos pais como um passatempo saudável e enriquecedor, devido ao facto de os cosplayers terem de criar os seus próprios fatos, realizando, muitas vezes, verdadeiros atos de engenho e criatividade. O cosplay é visto pelos pais também como uma alternativa a outras formas de entretenimento dos filhos, como o computador e a televisão. Alguns críticos, porém, discordam de benefícios do cosplay e afirmam que é uma perda de tempo e dinheiro, sendo que muitos consideram o cosplay "coisa de crianças".
Por seu lado, os defensores do cosplay afirmam que este é hoje em dia mais do que um passatempo, considerando-o uma forma própria de arte, por meio da qual os artistas (cosplayers) podem expressar o seu afeto por determinados tipos de personagens, vestindo-se e agindo como elas por um dia. Argumentam ainda que o cosplay permite conhecer pessoas novas e criam novas amizades, considerando-o também como uma boa forma de os mais tímidos tornarem-se mais sociáveis, extrovertidos e confiantes em si mesmos. Tanto adultos como crianças podem participar pois não há limite de idades, ou seja, se pais e filhos fizerem cosplay, podem entreajudar-se, fortalecendo o laço existente entre ambos e estimulando a criatividade, por terem de pensar juntos sobre como irão fazer tal tipo de roupa ou acessório mais rebuscado, que ninguém ousa fazer. Mas, acima de tudo, o que dizem ser mais importante é a diversão, tanto na manufatura dos fatos como no seu uso, considerando-a a razão principal por se ver, cada vez mais, o grupo de cosplayers portugueses a aumentar de evento para evento.
Não só os pais se estão a aperceber das coisas boas que advêm de se fazer cosplay, incentivando os seus filhos a participar, como também outros menos jovens decidem juntar-se ao grupo devido a comentários que ouvem através dos seus colegas, amigos e até mesmo vizinhos. Alguns decidem primeiro acompanhar os seus amigos para verem como é, para saber se gostam ou não. Outros vão por iniciativa própria e até mesmo por curiosidade. Mas, no final, muitos são os que dizem entusiasmados que irão participar no próximo evento de cosplay.
Outros reclamam a criação de uma associação/comunidade para os cosplayers, onde se abordem temas como a localização dos eventos e os transportes; dúvidas, esclarecimentos e sugestões sobre os fatos que estão ou vão fazer, assim como o material (qualidade, preço, locais onde se encontram à venda), a criação de formas de irem todos juntos, dependendo da área onde moram e ainda coordenação de pedidos de apoio ás câmaras municipais; encontros (meets) e outros temas.
"Caça-níqueis" x "Pró-diversão"
O termo "caça-níqueis" refere-se ao cosplayer que pratica a atividade com espírito competitivo e disputa financeira, em contraste com o cosplayer "pró-diversão", que dela se vale pela diversão.[carece de fontes] Conquanto possa haver predominância de uma, é claro que podem coexistir as duas modalidades. Contudo há quem diga que a competição faz parte, e o perfeccionismo é a chave para ser considerado um bom cosplayer. Daí surgirem dilemas como: "Cosplay: Diversão ou Competição?"[carece de fontes]
Teatro cosplay
Essa modalidade de cosplay foi criada pela empresa Yamato Comunicações e Eventos para o evento Anime Friends2003 e, de maneira prática, é o que o nome sugere: uma apresentação teatral envolvendo cosplayers. Existem grupos espalhados por todo o Brasil que se dedicam exclusivamente em promover espetáculos de "Teatro Cosplay", com a mera finalidade de entretenimento.
Cosplay - Quando o fã veste o personagem
A palavra "cosplay", que pode soar estranha à primeira vista, provém simplesmente da contração das palavras costume (fantasia) e play (interpretação). Trata-se de um hobby cada vez mais popular entre jovens e fãs de animação. O objetivo, apesar de simples, é bastante sofisticado: construir figurinos baseados em personagens de mídias como desenhos animados, filmes e seriados.
O que pode parecer uma brincadeira no entanto pode tomar contornos mais complexos, de acordo com o aprofundamento do hobby. Basta dizer que o jornalista Etiènne Barral cita a prática do cosplay em seu livro Otaku - Os Filhos do Virtual, como costume comum entre a "tribo otaku" (em uma tradução simplista, fãs de anime e manga), que aos poucos ganha contornos mundiais.
O cosplay, termo que também dá nome às fantasias baseadas nas roupas dos personagens, tem sua origem no Comiket, o primeiro evento do Japão direcionado a anime e mangá, ainda nos anos 80. Inspirado pelas convenções americanas onde fãs se vestiam como personagens de Star Trek e Star Wars, Nobuyuki Takahashi, um dos fundadores do evento escrevia matérias incentivando os tímidos fãs japoneses a fazer o mesmo com seus animes preferidos. Deu certo.
Em 1983 surgia o primeiro grupo de cosplayers, que representavam os personagens do anime Urusei Yatsura. E o que se seguiu então foi um boom do cosplay no Japão, de forma que hoje os cosplayers têm um mercado especializado, direcionado ao hobby, inclusive com lojas especializadas onde podem encomendar seus cosplays, como por exemplo a loja Cospa.
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A palavra "cosplay" teria sido usada pela primeira vez em uma edição de 1983 da revista My Anime, em um artigo publicado por Nobuyuki Takahashi.
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No entanto, a moda não ficou limitada ao Japão. Com o estouro global do anime e mangá, o modo otaku de ser influenciou todos os fãs de animação japonesa ao redor do mundo e assim, além de consumir mangás e revistas especializadas, fazer cosplay também se tornou uma maneira do fã demonstrar admiração por seus personagens prediletos, não importando sua nacionalidade.
Mas o cosplay vai além de uma maneira de demonstrar admiração, é claro. Nenhum cosplayer escolhe fazer um personagem pelo mesmo motivo que outro: seja por gostar de determinado personagem, por se identificar com ele fisicamente ou pela sua personalidade, seja para chamar a atenção dos fãs de algum anime e fazer novos amigos, reproduzir em detalhes o figurino dos personagens virou diversão. Ao contrário das fantasias, que geralmente são simplificadas e estilizadas, o grande diferencial do cosplay está na reprodução da roupa em seus mínimos detalhes, de forma a parecer algo que se usaria normalmente no dia a dia.
Além disso, fazer cosplay não se limita apenas a fazer e vestir a roupa, mas também a chance de representar o personagem escolhido. E é para isso que acontecem os concursos de cosplay nas convenções, momento esperado por todos os fãs e geralmetne ponto alto destes eventos, onde cada cosplayer se apresenta, normalmente depois de um dia inteiro de preparativos e muitas fotos com o público.
Para se ter idéia da popularidade do hobby entre os fãs brasileiros, o primeiro evento onde houve a presença significativa de cosplayers foi a Mangácon II, organizada pela associação ABRADEMI em 1997, onde compareceram 30 cosplayers. Nos anos seguintes o número de cosplayers aumentou consideravelmente até chegar aos dias atuais, onde a maioria dos frequentadores de convenções de mangá e anime é cosplayer, ou já fez pelo menos um cosplay. Isso levando-se em conta convenções como a AnimeCon ou Anime Friends, que chegam à marca de 20.000 visitantes por edição.
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Hoje, mais de dez anos depois do primeiro evento, a prática do cosplay no Brasil não parece perder o fôlego. Pelo contrário, a proliferação de comunidades na internet sobre o assunto, e a realização de concursos de grande porte, inclusive com projeção internacional, como é o caso do World Cosplay Summit - tradicional evento anual japonês que celebra o cosplay com participação de diversos países - e a Yamato Cosplay Cup - iniciativa brasileira de um concurso de cosplay com participação internacional - proporcional aos amantes do hobby um incentivo a mais para se superar a cada nova apresentação. Ainda, o aparecimento na internet de várias pequenas lojas de cosplay - um nicho antes inimaginável no Brasil - demonstra a popularidade do cosplay entre os fãs brasileiros.
Para quem vê de fora, é comum imaginar o cosplay como uma diversão estranha, ou ver nos cosplayers gente que se veste como personagens para fugir à realidade. Longe disso porém, os cosplayers não confundem realidade com fantasia, e sabem onde e quando vestir seus cosplays. Trata-se de pessoas comuns, com seus empregos e estudos, mas que não se deixam levar pela rotina. Afinal, em alguns lugares, em alguns dias, por algumas horas, eles podem se transformar e fazer com que nossos heróis caminhem entre nós.